Bem Vindo ao Rememorando as Divas o Blog que pretende resgatar e valorizar a memória do Rádio do Brasil.

A história da rádio Nacional

A história das rádios no Brasil começou na Exposição Internacional do Centenário da Independência em 1922, que aconteceu no Rio de Janeiro e tinha o objetivo de mostrar as melhorias dos estados e os avanços após a implantação da República (CALABRE,2002,P.10-11).
A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1922 por uma companhia Americana Westinghouse, captada por aparelhos de rádio espalhados pelo Rio de Janeiro, essa transmissão tinha o objetivo de mostrar o progresso do Rio.Após sete meses dessa primeira transmissão em 20 de abril de 1923 foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criada por Edgard Roquette-Pinto e Henrique Morize. Na própria rádio Sociedade foi criado o Jornal Manhã, o primeiro programa de radiojornalismo do Brasil,segundo o livro “A rádio nacional o Brasil em sintonia” (SAROLDI, 2006, P.20).
 Luís Fernando Rabello Borges, em seu artigo sobre A Era de Ouro do Rádio no Brasil, diz que a Rádio Nacional foi fundada em 12 de setembro de 1936; a emissora surge a partir da venda da Rádio Philips, que era mantida por cotas de oito associados (2006, p.2).
Henrique Foreis Domingues, conhecido como Almirante, chegou em 1938 à Rádio Nacional, revolucionando a programação da emissora, criando o programa “Curiosidade Musical”, transmitido as segundas-feiras, às 21 horas. O programa focalizava os temas mais diversos, contava a história de uma sinfonia,  de um choro ou de uma marchinha de carnaval. (SAROLDI, 2006, P.46).
No dia 8 de março, o governo de Getúlio Vargas instituiu o decreto-lei 2073, que incorporou ao poder estatal brasileiro todos os empreendimentos do grupo “A Noite”, incluindo “A Rádio Nacional”, e a colocou como líder das rádios da época. Com isso a Rádio mudou em estrutura e em audiência, ganhando da primeira colocada, a Rádio Mayrink, inaugurada em 1926.  (BORGES, 2006, P.2).


A programação de rádio destinada à música evoluiu sensivelmente nos anos 1940, a começar pelos programas elaborados por pessoas como Henrique Foréis Rodrigues, o Almirante, que sozinho, foi o responsável pela ida ao ar de nove novos espaços”(BORGES,2006,p.3-4).

A partir daí surgem os Concursos de rainha do rádio onde vencer significava ter um programa musical exclusivo; foram esses programas que nutriram os fenômenos dos fã-clubes. Os mais famosos foram os fã-clubes de Emilinha Borba, Marlene, Ângela Maria e Dalva de Oliveira. Programas como “A felicidade bate a sua porta”, programa que misturava músicas e entretenimento, de Emilinha Borba, apresentado aos domingos, às 19 horas, e faziam grande sucesso entre o público feminino. (CALABRE, 2002, P.41).
 Um dos programas de maior sucesso foi o “Um Milhão de Melodias”, que tinha, como atrações, grandes nomes da música”. Para o radialista Perfilino Neto, os programas de auditório matavam a curiosidade das pessoas sobre seus artistas prediletos e tiveram um papel significativo na história da rádio no Brasil.
De acordo com Luis Fernando Rabello, a Rádio Nacional foi responsável por consolidar o radiojornalismo. Foi a responsável pelo surgimento do programa que abandonou a leitura de notícias recortadas de jornais impressos. Lançado em 1941, sob o comando do gaúcho  Heron  Domingues,  surge o  Repórter  Esso.(BORGES, 2006,P.4).
A Nacional acompanhou os avanços e a história do Brasil desde a expansão do Rio de Janeiro até o período nebuloso da ditadura. A Rádio Nacional se preocupava com a moral e os bons costumes em sua programação. A sua imagem era peça importante, porque através das suas transmissões podia moldar também a imagem do público ouvinte. (SAROLDI, 2006, P.119).
Foi nessa época que a Rádio Nacional consolidou-se nos diversos gêneros, a exemplo do radiojornalismo, a radionovela, radioteatro, programas esportivos e culturais, musicais, programas de auditório,  de calouros e humorísticos.
A memória da Rádio Nacional e seus arquivos passaram por um processo de descaso e degradação; infelizmente o Brasil é um país onde a memória do rádio foi abandonada. Uma nova tentativa foi feita para tentar resgatar a memória da Nacional. Em 2 de julho de 2004,  a Rádio Nacional foi reestruturada e reinaugurada.Agora o desfio  é fidelizar um novo público, atrelando o radiojornalismo ao entretenimento que foi a marca de sucesso  da Nacional.
Segundo Perfilino Neto, “A Rádio Nacional tem o maior papel de toda a história da Comunicação no Brasil e na América Latina; se hoje a televisão apresenta toda essa programação, foi inspirada na Rádio Nacional”.                                       
Para mais informações acesse: http://www.locutor.info/Biblioteca/Historia_da_Radio_Nacional.doc